una dominguera con pretensiones!

domingo, 20 de diciembre de 2009

Querido blog, tardei mais de un mes pero ahí vai o texto em português...(un mes para controlar o idioma é um periodo aceptabel não é?) mentira nin control nin nada...ajuda constante da traductora online! ...emfín. Sejam condescendentes. Em breve comentamos as outras saidas da aula: levaduras pintantes e art decó no Gulbenkian !!

o textooo talcual: Arte & Ciencia

Nesta primeira saída da cadeira de Novas tecnologias artísticas, fomos visitar uma exposição sobre Arte e ciência na cordoaria nacional.

A verdade é que vimos ali coisas surpreendentes: Um robot tipo turista japonês que tirava fotos e depois as lançava para o ciberespaço, um estranho painel com uma gigantesca imagem digital em contínua construção, uma caixa cheia de cenouras de aspecto mutante , fotografias esquisitas da nossa colega Orlan, uma flor transgénica de nome Edunia, plantimal híbrido entre uma petúnia e os genes do seu autor, e demais engendros inquietantes. (havia inclusivamente uma foto de um homem com uma orelha implantada no braço!!).

enfim; … Todas estas criações levaram- me a uma série de pensamentos:

Primeiro: é um feito, a julgar pelo visto nesta exposição, que as fronteiras entre arte e ciência se diluam quando ambas as manifestações convergem em algum dos seus extremos; mas esta relação talvez interessante para o historiador, parece-me, com perdão , pouco relevante para si mesma; Quero dizer que o facto de uma pintura ser tardorenacentista ou barroca, por exemplo, é um aspecto sem dúvida de interesse para a compreensão da mesma, mas se não gostamos dela, se realmente a pintura não nos parece uma obra de talento, pouco importa o facto de saber onde se circunscreve, não é? Em conclusão, a conjunção dos pares arte-ciência não me parece um valor per sé ( e sobretudo se o que se faz não se dirige a fins interessantes) ou dito de outro modo, se o resultado não diz muito, o processo também sabe a pouco.

Segundo: Pareceu-me perceber em algumas peças deste bonito espaço da cordoaria, certa ambição de originalidade muito pouco original; (céus! que contradição!) E esta ambição tornou-se num hábito, num costume, inclusivamente numa meta artística, e acho isto curioso, querido blog, porque sempre me pareceu que a originalidade não se persegue, não vem de fora, mas sim de dentro (de origem, de originário) e é intrínseca à própria pessoa. Forçar a diferença conduz-nos irremediavelmente à caricatura; o que quer ser original raramente o consegue!, e amiúde converte-se em algo aparatoso, superficial, ou expressado de outro modo: a originalidade, considerada como um valor muito superior a outros, submerge aspectos fundamentais do trabalho artístico no esquecimento; desequilibra e distorce os seus próprios fins…. mais um momento…. entramos aquí num terreno pantanoso; Quais são os fins da arte?

Há uma definição pertinente do senhor Gombrich que talvez nos ajude a resolver esta questão:

O segredo do artista é que realiza a sua obra tão superlativamente bem, que todos nos esquecemos de perguntar o que significa, apenas para admirar o seu modo de realizá-la. Todos estamos familiarizados com esta troca de destaque nos exemplos mais triviais. Se dissermos que um rapaz da escola é um artista nas lutas, ou que converteu o “fazer gazeta” numa arte, queremos dizer isto precisamente: mostra tanta criatividade e imaginação em perseguir os seus fins que nos vemos obrigados a admirar a sua destreza, por muito que desaprovemos os seus motivos.

Bem…. O que dizer? Há uma definição pertinente do senhor Gombrich que talvez não ajude a resolver esta questão:

Ou sim. Podemos inferir que a práctica artística nos admira pelo seu modo de construir a partir de parâmetros de actuação que não respondem a um modelo de causa - efeito previsível; mas, bem pelo contrário, a actividade artística parece encaminhar-se para a consecução de fins de uma maneira peculiar, arbitrária, não linear nem lógica, nem sequer reflexiva no sentido verbal e racional do termo, ao mesmo tempo que parece funcionar de maneira intuitiva, subjectiva, relacionadora e holística. Rejeita caminhos estritos e utiliza amiúde alternativas tangentes, atalhos e inclusivamente dá saltos.

A busca de originalidade enquanto meta impõe um padrão que limita o trabalho, põe em causa as suas intenções e falseia-o… Abaixo o padrão!

Queremos uma arte mais livre! Que não precise sequer de ser original! Que não precise de se defender com teorias, experiências e evoluções processuais; que imite, que copie, que repita formatos sem medo de perder o seu carácter; que, de tão segura de si mesma, se possa dar ao luxo de não precisar de argumentar a sua própria defesa!!

No hay comentarios:

Publicar un comentario